
05.08.2013
Requalificação da praça em frente à nossa loja
Há cerca de um ano as Ferragens Bacalhau lançaram o desafio ao artista torriense Rogério Abreu (nosso cliente e amigo), de criar um espaço de interação na nossa loja para expor obras de arte suas e de outros artistas, que iriam sendo trocadas com alguma regularidade, por forma a proporcionar alguns momentos de descontração e de “provocação” artística aos nossos clientes. Este projeto recebeu a designação de ProvocArte e continua ao dispor de todos na nossa montra.
Daí a surgir a ideia de implantar uma escultura de grandes dimensões na praça em frente à nossa loja, situada na Av. Gen. Humberto Delgado, foi um pequeno passo. Lançamos esse desafio à autarquia da Torres Vedras, tendo o Sr. Presidente manifestado imediatamente a vontade de aproveitar esse desafio, para proceder a uma necessária reestruturação da praça, usando essa peça como elemento central.
A escultura escolhida para enriquecer a praça denomina-se “Rotura” e foi concebida pelo Rogério Abreu, relembrando que foi em Torres Vedras que se reuniu o Conselho Régio de D. João I em 1414, tendo sido então tomada a decisão de conquistar Ceuta, campanha vitoriosa para Portugal, onde foram armados cavaleiros da Ínclita Geração e contou com o ilustre S. Nuno de Santa Maria, então Condestável Nun'Álvares Pereira.
No entanto esta decisão pode ser considerada o primeiro passo, para a posterior campanha militar norte-africana de ataque a Alcácer Quibir, em 1578 por D. Sebastião, que se revelou desastrosa para Portugal e acabou por dar origem a um período de “rotura” na nossa independência, materializado pelos 60 anos de domínio dos “Filipes”.
Sendo um facto que todas as obras de arte são passiveis de interpretações diversas, a Rotura não é exceção e várias pessoas já estabeleceram uma relação entre a ela e o período conturbado que atravessamos. Resta-nos esperar que também nessa área, a rotura seja apenas parcial e que que este exemplo prático de sucesso, na conjugação de sinergias e boas vontades, entre três entidades diversas - artista | empresa | autarquia - sirva de contributo catalisador para promover posturas de participação social mais ativas.
A Rotura consiste num robusto anel de aço com 2,3 metros de diâmetro, parcialmente rasgado no seu topo, que impressiona desde logo pela sua dimensão. A sua colocação numa pequena elevação relvada e travessada por um carreiro, convida os transeuntes a passarem por dentro da escultura, como se esta fosse um portal para outra dimensão. Quem sabe se D. Sebastião não a irá usar numa manhã de nevoeiro...
Depois do inevitável período de obras, este projeto é agora uma realidade e estará disponível para ser usufruído por todos os torrienses, por um período de 3 anos, após o que será avaliado o impacto e sentimento de pertença da escultura no espaço, sendo então equacionada a sua continuidade ou substituição por uma outra peça.